Estudo da instituição mostra queda de
quase 90% na procura por cursos de formação de professores, a falta de procura dos cursos de licenciatura da UFMG revelam um cenário nada promissor:
mantida a atual tendência, não haverá, nos próximos cinco anos, candidatos a se
formarem professores em uma das maiores universidades do país. Quando se avalia
quem ingressou na última década em licenciaturas, a situação também preocupa.
Enquanto o número de formandos diminui ano a ano, os abandonos crescem, com
índices que ultrapassam 50% em alguns cursos.
Segundo especialistas, a queda na
concorrência é indício do crescente desinteresse pela docência. Para agravar a
situação, entre os que se formam, são poucos os que realmente desejam
a sala de aula como destino profissional. Seja apenas para obter um diploma de
nível superior, seja para acessar outras ocupações, estudantes de licenciatura
têm se interessado cada vez menos por dar aulas.
Salários abaixo da média e condições de
trabalho muitas vezes precárias parecem repelir da universidade quem
teoricamente seria o primeiro interessado: o professor. “A explicação está no
baixo valor do diploma. Quanto mais baixo esse valor, menor a atratividade que
o curso exerce nas novas gerações”, explica o professor de sociologia da
educação da UFMG João Valdir Alves de Souza. “O que acontece é que, no caso da
docência na educação básica, há a combinação de baixo valor econômico,
traduzido em salário, e baixo valor simbólico, que diz respeito ao prestígio”.
Os dados desse estudo são fruto de
análises recentes desenvolvidas pela Pró-Reitoria de Graduação da UFMG e também
de estudos do Grupo de Pesquisa sobre Condição e Formação Docente, da Faculdade
de Educação.
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