terça-feira, 15 de setembro de 2015

Professor da Unisul é convidado pela Casa Branca para workshop sobre ensino livre e gratuito

Levar conhecimento ao maior número de pessoas que não têm acesso a uma educação de qualidade, sem custo algum. Essa é a proposta da Educação Aberta, movimento iniciado há 12 anos para discutir educação em países em desenvolvimento.
Quem traz um pouco desse novo caminho para o Brasil é o professor Murilo Mendonça, da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) de Tubarão, convidado pela Casa Branca para participar de um workshop sobre o tema em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no dia 28 de setembro.
A Educação Aberta oferece uma alternativa para os governos aumentarem o acesso à educação de qualidade e estimularem a inovação por meio de recursos gratuitos e de livre acesso, que podem ser adaptados e aprimorados – com apresentação moderna, gratuita e colaborativa utilizado por portais como a Wikipédia, por exemplo.
A diferença é que a maioria do material é fornecida por universidades e já vêm com garantia de qualidade. A primeira universidade a abrir as portas para essa possibilidade foi o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, no início do movimento, há 12 anos.
— Eles se deram conta de que a universidade não é mais aquela clausura do conhecimento diante das tecnologias da internet e iniciaram todo esse movimento, liberando materiais para ver o que o mundo faria com eles — conta Mendonça.
Desde então, cerca de 300 universidades aderiram, entre elas a Unisul, há cinco anos. Foi quando o professor Murilo se tornou o primeiro brasileiro e latino-americano a integrar um grupo sobre Educação Aberta, eleito membro-direitor do Open Education Consortium (Consórcio de Educação Aberta) duas vezes.
Conhecimento na bagagem
O workshop que acontece no fim deste mês será baseado em questões oferecidas pelos 11 membros do Consórcio de Educação Aberta, do qual Mendonça é integrante.
Entre os pontos de interesse do professor estão os desafios enfrentados pelos Estados Unidos na formação de professores e criação da cultura de utilização da Educação Aberta. O objetivo é trazer o conhecimento na bagagem e aplicá-lo no Brasil.
— Nas universidades federais há uma cultura de apropriação da pesquisa, o professor acha que é o dono daquela tese de doutorado, daquela pesquisa que ele fez, quando na verdade as pesquisas foram subsidiadas por dinheiro público e ao público pertencem. Seria interessante mudar essa mentalidade e instaurar uma nova cultura de compartilhamento do conhecimento — defende Mendonça.
 
O QUE É A EDUCAÇÃO ABERTA

• É um movimento educacional que pretende garantir o livre acesso a oportunidades de aprendizagem, sobretudo nos países em desenvolvimento

• Uma das formas práticas em que se aplica é o acesso a cursos de educação a distância e e-learning, com muitos cursos ou materiais como livros e exercícios oferecidos gratuitamente

• O movimento tem se fortalecido no século 21 pelas facilidades proporcionadas pela tecnologia e pela internet

• O conteúdo pode ser utilizado para alta aprendizagem, tanto autônoma, como para uso de professores em sua própria formação e em sala de aula. Ou seja, além da educação tradicional, as pessoas podem ter acesso a uma educação informal, que pode ser reconhecida oficialmente pelas instituições de ensino.

SAIBA MAIS
•  Onde encontrar Recursos Educacionais Abertos (REA) em português e outras línguas:www.rea.net.br e educacaoaberta.org

•  No Brasil, além da Unisul, apenas a Fundação Getúlio Vargas oferece cursos oficialmente pelo Open Education Consortium
• A listagem de instituições pode ser acessada no link www.oeconsortium.org/providers

Texto de Kiara Domit


Nenhum comentário:

Postar um comentário