O
professor brasileiro está conectado e quer aprimorar suas práticas pedagógicas
com o uso de recursos educacionais digitais. No entanto, a formação e a
infraestrutura ainda são um desafio para impulsionar o uso de tecnologia da
informação e comunicação na escola. Os resultados são da pesquisa TIC
Educação 2014, lançada hoje (21), pelo CGI.br (Comitê Gestor da
Internet no Brasil).
Realizada
entre setembro de 2014 e março de 2015, a pesquisa apresenta dados sobre o uso
dos computadores e da internet por 930 escolas públicas e privadas, de ensino
fundamental e médio, localizadas em áreas urbanas. Foram ouvidos 1.770
professores, 930 diretores, 881 coordenadores e 9.532 alunos. O levantamento mostra que 96% dos professores
utilizam recursos obtidos na internet para a preparação de aulas ou atividades
com os alunos, sendo que 92% deles fazem isso por motivação própria. Embora
essa prática seja bastante recorrente, mais da metade dos educadores concordam
com a afirmação de que ainda falta conhecimento sobre as possibilidades de uso
pedagógico do computador e da internet.
A pesquisa
mostrou que a formação e a
conectividade ainda limitam o uso de recursos digitais na escola. Entre os professores de escolas públicas ouvidos,
apenas 37% deles afirmaram ter cursado alguma disciplina específica sobre o uso
pedagógico do computador e da internet durante a graduação. Para suprir essa
lacuna e buscar capacitação, 57% dos educadores recorreram a cursos específicos
de formação continuada (75% deles foram pagos pelos próprios professores,
enquanto 27% foram oferecidos pelo governo ou secretaria de educação). O professor é um público que está conectado e tem
interesse em se capacitar sobre as TIC.
A pesquisa também traz um
recado importante para as políticas públicas ao mostrar que a formação inicial
e continuada não são os únicos caminhos para garantir a atualização em relação
ao uso das tecnologias da informação e comunicação. Entre 2013 e 2014, o número
de professores que buscaram capacitação com a ajuda de outros colegas de
trabalho cresceu de 6% para 17%. “A criação de redes de professores e contatos
entre os pares é bastante importante”, destacou.
Além da demanda por formação, outro resultado que a
pesquisa mostra é que a infraestrutura das escolas ainda é um fator limitante
para a penetração do uso de TIC na escola. Embora 92% das escolas públicas
urbanas já tenham computadores com acesso à internet, 41% delas contam com uma
conexão de até 2 Mbps (megabits por segundo), considerada insuficiente para o
desenvolvimento de uma série de atividades pedagógicas.
Quanto aos equipamentos, a pesquisa identificou que
a presença dos dispositivos móveis está crescendo, fazendo com que a sala de
aula se torne um local mais frequente para o uso e da internet. Em 2010, os
laboratórios de informática eram os espaços mais frequentes para o uso de
computador e internet (70%), enquanto a sala de aula representava um percentual
de apenas 7%. Em 2014, o uso em classe subiu para 30%, ao mesmo tempo que o
laboratório passou para 55%. A partir dos equipamentos móveis, tablets e
computadores portáteis, o uso do computador e da internet na sala de aula é
facilitado, mas ainda temos muito o que avançar.
FONTE: http://porvir.org/
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